Numa praça de uma grande cidade, duas vidas se entrelaçam graças aos encontros e conversas de uma solteirona aposentada (Cláudia Mello) com uma estranha moradora de rua (Denise Fraga). De um lado estão preconceitos e solidão; de outro, lucidez, loucura -- e mais solidão.
Com diálogos regados de humor e emoção, a peça narra, em sete momentos, a construção da inusitada amizade entre estas mulheres aparentemente tão diferentes. Uma mora na praça por opção, não aguenta as leis sociais e a hipocrisia do mundo. A outra é uma senhora solitária que frequenta o lugar, cuida das plantas e tenta preencher o vazio dos dias com aulas de inglês e programas de televisão. Um dia é surpreendida:
- Por que a senhora faz isso?
- Isso o quê?
- Isso de ficar fingindo que eu não existo.
A partir da insistência da mendiga, as duas vão se encontrando dia após dia na praça e através do que dizem permitem que o espectador vá desenhando suas histórias, pensamentos, medos e solidões. Em diálogos simples e cheios de humor, Fauzi coloca em cena uma profunda e poética filosofia urbana.
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