Tarcísio Meira e Kiko Mascarenhas
em
O CAMAREIRO
De Ronald Harwood
Direção Ulysses Cruz
Com Chris Couto, Karen Coelho, Silvio Matos, Ravel Cabrale Karin Rodrigues
Estreia dia 04 de Setembro no Teatro Porto Seguro
Convidado por Kiko Mascarenhas, idealizador do projeto, Tarcisio Meira quebra o jejum de 20 anos e volta ao teatro comemorando 80 anos de vida e 60 de carreira em comovente texto sobre o universo teatral.
Durante a segunda Guerra Mundial um ator de teatro à beira de um colapso nervoso luta no limite de suas forças para interpretar mais uma vez o Rei Lear de Shakespeare. Mesmo senil e com sua saúde debilitada, o “Sir”, como é chamado por todos, lidera com tirania sua companhia, que começa a desmoronar.
Ele conta com Norman, seu dedicado camareiro, que desdobra-se para atender às exigências de seu patrão, cuida de sua saúde e tenta ajudá-lo a lembrar suas falas, já que o senhor encontra-se confuso e desorientado. A dedicação e o esforço de Norman, que faz qualquer coisa para este homem que ele aprendeu a amar e respeitar, mostra que existe uma forte ligação entre eles e que ambos, ator e camareiro, são servidores de algo maior que eles mesmos: o teatro.
Ao contar o drama de uma companhia de teatro esfacelada pela guerra, o autor britânico Ronald Harwood, que também comemora seus 80 anos, cria uma metáfora sobre a dificuldade de se fazer escolhas, sobre continuar ou desistir, cumprir sua missão ou desertar. Fala sobre dedicação, devoção, paixão e mostra o avesso do teatro, seus bastidores e sua intimidade.
Atores aplaudidos de pé no Teatro Guaíra em 7 de abril de 2016. Peça maravilhosa. Rompe com as barreiras do tempo e do espaço, numa fusão perfeita de bastidor-palco, palco-bastidor, com o drama tragicômico do envelhecimento de um líder ancorado na devoção platônica do Camareiro que o protege e o defende como pode, inclusive de si mesmo, de seus lapsos de memória, de sua necessidade de ser o centro das atenções, num ritual de luta frente à morte, que é sempre a vencedora, apesar de todo o esforço para adiar o próprio fim.
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